sábado, 31 de julho de 2010

Raízes [e frutos] da MPB 14 - Herivelto Martins


Herivelto está em alta! Desde que a Rede Globo resolveu contar em mini-série a vida do compositor com a cantora Dalva de Oliveira, todo o mundo sabe quem é Herivelto Martins. Só que o homem retratado na televisão não chega nem perto da grandeza que tem este compositor. E o intuito desta coletânea é justametne tentar mostrar como a obra de Herivelto é importante, ao mesmo tempo popular e sofisticada. Indo do samba mais carnavalesco à fossa mais arrasarora, ele era sempre muito elaborado. Percebam isso, dando ouvidos a nomes variados, como os jovens Moska, Marcos Sacramento e Adriana Marques; como os eternos João Gilberto, Alaíde Costa e Maria Bethânia. E emocionem-se com o dueto afetivo entre Dalva de Oliveira (mulher, musa e intérprete de Herivelto) e Pery Ribeiro, filho do casal.

1. AVE MARIA NO MORRO - João Gilberto e Caetano Veloso
2. IZAURA - Sururu na Roda
3. NEGA MANHOSA - Zélia Duncan
4. SEGREDO - Elymar Santos
5. NEGRO TELEFONE - Pery Ribeiro
6. CAMISOLA DO DIA - Maria Bethânia
7. A BAHIA TE ESPERA - Fundo de Quintaç
8. CABELOS BRANCOS - Casuarina e Moska
9. CAMINHEMOS - Ná Ozzetti
10. CARLOS GARDEL - Pery Ribeiro
11. DOIS CORAÇÕES - Dalva de Oliveira e Pery Ribeiro
12. EDREDOM VERMELHO - Áurea Martins
13. BOM DIA - Alaíde Costa
14. PENSANDO EM TI - Wilson Simonal
15. ATIRASTE UMA PEDRA - Ney Matogrosso
16. MOMENTOS DE TRISTEZA - Moacyr Luz
17. ATÉ A VOLTA - Adriana Marques
18. MEU RÁDIO E MEU MULATO - Marcos Sacramento
19. E O DESTINO DESFOLHOU - Maria Lucia
20. MANGUEIRA, NÃO / SAUDOSA MANGUEIRA / LÁ EM MANGUEIRA / PRAÇA ONZE - Herivelto Martins, Alcione, Beth Carvalho, Marçal e Pery Ribeiro

Raízes [e frutos] da MPB 13 - Braguinha

João de Barro - ou Braguinha, como muitos o conhecem - foi um nome ímpar da MPB. Trabalhou como executivo de gravadora, fez versões para músicas americanas imortais, compôs obras sensacionais ao lado de compositores igualmente geniais, fez letras para melodias prontas, foi pioneiro na música infantil etc. Um homem com uma visão do mundo - e, particularmente, das artes e da música - fora do comum. Monta esta coletânea foi difícil, porque muitas das composições de Braguinha já se perderam pelo imaginário popular e, por causa disso, provavelmente, não sejam tão gravadas. Mas, de qualquer forma, temos aqui gravações interssantes, como "Carinhoso", no raro registro de Elba Ramalho; "Laura", candata por um nada comedido Cauby Peixoto; "Touradas em Madri", interpretada por Ná Ozzetti, em arranjo que remete à gravação histórica feita por Carmen Miranda; Agnaldo Timóteo se esvaindo em emoções em "Primavera no Rio" etc. Aproveitem!
1. CARINHOSO - Elba Ramalho
2. CANTORES DO RÁDIO - Alfredo Del-Penho, Pedro Miranda e Pedro Paulo Malta
3. FIM DE SEMANA EM PAQUETÁ - Jorge Goulart
4. TOURADAS EM MADRI - Ná Ozzetti
5. BALANCÊ - Gal Costa
6. A SAUDADE MATA A GENTE - Inezita Barroso
7. COPACABANA - Martinho da Vila
8. AS PASTORINHAS - Eliete Negreiros
9. SEU LIBÓRIO - Garganta Profunda
10. LAURA - Cauby Peixoto
11. MORENINHA DA PRAIA - Ellen de Lima
12. CIÚME SEM RAZÃO - Pedro Miranda
13. PRIMAVERA NO RIO - Agnaldo Timóteo
14. YES, NÓS TEMOS BANANAS - Ney Matogrosso
15. NA HORA DA SEDE - Zélia Duncan
16. MANÉ FOGUETEIRO - Elisa Paraiso e Guinga
17. DAMA DAS CAMÉLIAS - Caetano Veloso
18. TEM GATO NA TUBA - Nara Leão
19. FELICIDADE - Diogo Poças
20. PELA ESTRADA - Joyce

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Marcos Sacramento, Soraya Ravenle e Luís Filipe de Lima - Breque moderno


Quem ouviu o disco Memorável samba, de Marcos Sacramento, e prestou atenção à faixa "Esta noite eu tive um sonho", sabe que o cantor é bom no breque, canta muito e gosta de um disco bem produzido. Desta vez, acompanhado de Soraya Ravenle e escorado nos violões de Luís Filipe de Lima, Marcos lança novo disco, todo cheio de sambas de breque, todo cheio de bossa, mas com espaço para marchinhas e outros gêneros. Trata-se de Breque moderno, disco recentemente lançado pela Rob Digital, em que o cantor volta à seara da música antiga, dando vida nova a obras já quase relegadas ao esquecimento.

Mas o fato é que, embora o disco traga na capa o nome dos três artistas já citados, Marcos Sacramento toma conta de tudo! Não poderia ser diferente, já que se trata de um dos nossos melhores cantores, à vontade em um repertório que é a sua praia - ou pelo menos parece ser, de tão à vontade que ele soa -, acompanhado por arranjos que transitam entre o tradicional, o harmonioso, o criativo e o encantador. Não que a presença de Soraya não chame a atenção ou não seduza pela delicadeza. Chama, sim, claro. Seduz, sim, claro. Mas aconece que, ao lado de Marcos, qualquer um se ofusca, qualquer um parece ter voz pequena. E, admita-se, Soraya já esteve melhor em outros discos - como em O dono das calçadas (homenagem a Nelson Cavaquinho) ou em Sassaricando (o renascimento das marchinhas), por exemplo.

Entre uma composição e outra mais conhecidas - casos de "Tem que rebolar" (imortalizada pelo dueto-incêndio entre Ney Matogrosso e Elza Soares, apresentado na série Casa de Samba), "Recenseamento" (sucesso de Carmen Miranda recentemente gravado por Ná Ozzeti e Banda Glória), "Joujoux e balangandans" (obra imortal de Lamartine Babo, composto nos idos da era Vargas e eternizada pelo dueto entre João Gilberto e Rita Lee) e "Samba rasgado" (outra de Carmen, que ganhou sucesso pela interpretação de Gal Costa) -, acabam brilhando mais as pérolas menos óbvias. É assim que salta aos ouvidos "O relógio lá de casa", linda composição de Lupicínio Rodrigues (em parceria com Felisberto Martins), cantada no limite da perfeição por Marcos Sacramento. É assim também que ganha fôlego o "Samba no Nepal", obra de Jota Canalha (pseudônimo de Henrique Cazes) que supera de longe todas as que ele incluiu em seu primeiro disco, A voz do botequim. Sem falar na surpreendente "Águia de Haia", de extrema leveza e profundo sarcasmo, de autoria do próprio produtor do disco (em parceria com o sempre genial Nei Lopes) debochando da pompa acadêmica, da falácia balofa e da síndrome de Ruy Barbosa que às vezes acometem alguns. Sensacional!

No geral, Breque moderno é um disco delicioso. Sua assinatura tripla e seu conteúdo baseado predominantemente em regravações dá ao disco um caráter de projeto especial, de resgate histórico, de algo assim... não de um disco de carreira. Melhor, porque evitam-se as críticas quanto a repertório antigo, pouca inovação, falta de criatividade etc. Fica apenas a ideia de que se tem em mãos um disco especial, de produção enxuta porém caprichada, que, se peca em algum aspecto, peca por ser curto demais. A vontade é de se ouvir mais, de se continuar no clima nostálgico e bem-humorado das gravações.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Roberta Sá - Quando o canto é reza

Roberta Sá é uma grande cantora? Sim! De todas as vozes novas que não param de surgir, certamente é uma das melhores. Roque Ferreira é um grande compositor? Sim! Sempre fez canções maravilhosas, mas, especialmente nos últimos anos, tem conseguido um sucesso tão imenso quanto merecido. O Trio Madeira Brasil é composto por grandes músicos? Sim! Seus violões, violas e bandolins, juntos, são imbatíveis na arte da delicadeza e do apuro técnico. E por que, ao se juntar a voz de Roberta com as canções Roque, com acompanhamentos do Madeira, não se tem um grande disco? Porque, embora seja uma cantora de timbre límpido, técnica primorosa, bom gosto indiscutível e produção caprichada, Roberta não é ousada. Porque, sem embargo de compor em vários ritmos e gêneros, sempre de forma melodiosa e inventiva, Roque acaba se repetindo nas rimas e nas melodias. Porque, ainda que toque brilhantemente, com uma destreza perfeita e uma harmonia sonora única, o Trio Madeira Brasil não se revela versátil.

Quero com isso dizer que Quando o canto é reza - disco mais recente de Roberta Sá, todo baseado em composições de Roque Ferreira, inteiramente adornado pelo acompanhamento do Trio Madeira Brasil - é um disco ruim? Claro que não! Por certo é muito melhor do que muita salada mista que sai por aí. Por certo vai agradar aos fãs e aos novos ouvintes da cantora. Por certo vai render boas críticas. Mas o que o disco não tem é justamente uma variedade, uma mistura, um contraste entre as gravações que pegue o ouvinte de surpresa ou que o faça mudar de sensação a cada faixa. O disco de Roberta, para dizer o mínimo, é linear.

E, repito, não está se falando aqui de um disco ruim. Apensa podia se esperar mais de uma cantora tão especial quanto Roberta Sá - que lançou um estupendo primeiro disco (Braseiro), superou com facilidade e louvor a barreira do segundo disco (Que belo estranho dia para se ter alegria) e que, inclusive, não sucumbiu à maldição do disco ao vivo (Ao vivo no Rio). E a sua curta porém brilhante carreira é exatamente o seu pecado: Roberta Sá criou os seus próprios critérios de comparação, que agora permitem uma avaliação nem tão positiva do seu novo trabalho. Porque Roberta já tinha gravado Roque Ferreira - "Laranjeira", excelente faixa de seu segundo trabalho - e também já tinha se valido das cordas do Trio Madeira Brasil em ocasião anterior. De maneira que o disco atual, além de linear, é pouco surpreendente. É previsível.

Destaques existem? Claro! "Zambiapungo" é da safra mais nobre de Roque Ferreira, assim como também são "Água da minha sede" (já muito bem gravada por Zeca Pagodinho) e "A mão do amor" (cujo trecho inicial já havia sido gravado por Maria Bethânia em um de seus dois discos mais recentes). São faixas de gravação primorosa, que merecem todos os aplausos. Destaque também para o lindo material gráfico do disco, absolutamente requintado no seu rústico e totalmente sofisticado no seu simples - diferente de tudo o que se podia esperar em um disco de uma cantora "jovem", enfim. E, precisamos concordar, Roberta Sá está cantando cada vez melhor: arriscando gravar em tons não tão altos, alongando um pouco mais as notas, de modo a ganhar personalidade! Tomara que isso a faça mais segura, mais confortável para ousar, para inventar, para cantar sem medo de ser feliz. E, enquanto isso, a gente vai aproveitando este lindo disco!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Raízes´[e frutos] da MPB 12 - Dorival Caymmi


Caymmi é o máximo! E, para falar dele, eu nem sei por onde começar. Estudei tanto a vida e a obra deste gênio para elaborar minha dissertação de mestrado que, agora, quando preciso escrever umas poucas linhas, me sinto perdido. Só me lembro de ter uns oito anos e estar andando na praia entre meu avô e minha avó: ele, desafinadíssimo, tentando cantar "Marina", mas só se lembrando de uma parte da letra, e ela tentando pôr ordem naquilo, marcando compassos, regrando o ritmo, ajustando as notas. De lá para cá foi tudo tão natural que o tempo nem parece ter passado. Caymmi tem essa magia, de subverter qualquer noção de tempo que se possa ter. Compõe ao seu tempo, lança disco ao seu ritmo, faz uma música que parece etérea, não se materializando em lugar nenhum que não nos nossos corações.

Procurei aqui não repetir nenhum fonograma já incluído na coletânea O bom velhinho, postada há alguns meses, também em homenagem a Caymmi. Aos fãs de Dorival ou da boa MPB, recomendo o download! Se naquele disco tínhamos, por exemplo, "O mar" na interpretação respeitosa de Sérgio Ricardo, temos aqui o próprio Caymmi defendendo sua obra mais significativa. Assim também é que entram aqui seus três filhos, Nana, Dori e Danilo, defendendo cada um um clássico de papai.

Caymmi dizia, sem modéstia nenhuma, que quem melhor cantava as suas canções era ele mesmo. Eu tenho que concordar, embora os maiores cantores da nossa música (para não falar todos) já tenham criado para as canções de Caymmi versões sensacionais: de Carmen a Roberta, de Francisco a Diogo, sem falar em Gal, Bethânia, Caetano, Gil, Milton, Fafá etc. Caymmi é eterno.

1. VOCÊ JÁ FOI À BAHIA? - Margareth Menezes
2. NOITE DE TEMPORAL - Angela Maria
3. O MAR - Dorival Caymmi
4. O QUE É QUE A BAIANA TEM? - Rita Lee
5. O SAMBA DA MINHA TERRA - Novos Baianos
6. ACALANTO - Roberto Carlos
7. DORA - Milton Nascimento e Gilberto Gil
8. MARINA - Danilo Caymmi
9. MARACANGALHA - Diogo Nogueira
10. JOÃO VALENTÃO - Ná Ozzetti
11. SAUDADE DA BAHIA - Moinho
12. ... DAS ROSAS - Ana Salvagni
13. ORAÇÃO DE MÃE MENININHA - Daniela Mercury
14. SAUDADE DE ITAPOÃ - Nana Caymmi
15. MORENA DO MAR - Maria Bethânia
16. NEM EU - Adriana Maciel
17. ROSA MORENA - Zé Renato
18. SÁBADO EM COPACABANA - Cláudio Nucci
19. VOCÊ NÃO SABE AMAR - Jussara Silveira
20. QUEM VEM PRA BEIRA DO MAR - Dori Caymmi

sábado, 24 de julho de 2010

Raízes [e frutos] da MPB 10 - Luiz Gonzaga


Ah, o rei do baião! Que figura interessante, que compositor brilhante! E como foi gravado, minha gente! Ouçam esta coletânea e percebam a gama de cantores que já tiraram partido das palavras, das notas e dos parceiros de Luiz Gonzaga! Temos aqui os óbvios Dominguinhos e Elba Ramalho, mas temos também Claudette Soares, Célia e Vanusa! E a gente talvez nem dissesse que são canções do Lua, porque, muitas vezes, o baião passa longe! Reparem também na pungente interpretação de Daniel Gonzaga (neto de Luiz) para a linda "A volta da asa branca"... um espetáculo!

P. S. - Fiquei horas sem postar porque a NET me deixou sem internet durante quase 24h! Detesto esta empresa e, se você estiver pesquisando empresas de internet para contratar uma, tom cuidado com a NET, que presta um serviço precário, tem um atendimento ao cliente nojento e cobra por isso um calor astronômico! Vamos ao xote, por favor!

1. BAIÃO - Claudette Soares
2. ASA BRANCA - Maria Bethânia
3. SABIÁ - Clara Becker
4. XOTE DAS MENINAS - Dominguinhos e João Bosco
5. VOZES DA SECA - Quinteto Violado
6. QUI NEM JILÓ - Trio Virgulino e Zeca Baleiro
7. A VIDA DO VIAJANTE - Dominguinhos e Chico Buarque
8. DANADO DE BOM - Elba Ramalho
9. NUMA SALA DE REBOCO - Virgínia Rosa
10. PARAÍBA - Zé Ramalho
11. RESPEITA JANUÁRIO - Lenine
12. ABC DO SERTÃO - Bicho de Pé
13. JUAZEIRO - Gilberto Gil
14. A VOLTA DA ASA BRANCA - Daniel Gonzaga
15. PAU-DE-ARARA - Cláudio Jorge e Luiz Carlos da Vila
16. DÚVIDA - Célia
17. BAIÃO DE DOIS - Caetano Veloso
18. ASSUM PRETO - Renato Braz
19. RIACHO DO NAVIO - Vanusa
20. OLHA PRO CÉU - Ceumar

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Raízes [e frutos] da MPB 09 - Ary Barroso


Às vezes eu esqueço que fiz meu mestrado sobre Dorival Caymmi, e passa pela minha cabeça a ideia de que Ary Barroso é o nosso maior compositor. Sei lá... eleger "o maior", "o melhor", "o mais importante" talvez nem seja algo possível, em se tratando de arte. Mas como não considerar esta hipótese para alguém que compôs "Aquarela do Brasil", "No tabuleiro da baiana" e "Isto aqui o que é?"? Isso sem falar em clássicos absolutos como "No rancho fundo", "Camisa amarela", "É luxo só" e "Na Baixa do Sapateiro"! Isso sem mencionar diamantes do quilate de "Três lágrimas", "Tu" e "Maria"! Enfim, por qualquer ângulo que se olhe, Ary é um compositor descomunal e montar este volume da série Raízes [e frutos] da MPB foi um trabalho simplesmente de eliminação... porque eram tantas músicas sensacionais, em gravações dos mais variados tipos e estilos, que foi difícil ficar só com 20. E já tem mais um livro na minha fila de leituras: a biografia de Ary Barroso, escrita por Sérgio Cabral. Só me falta tempo!

Baixem e ouçam a coletânea, cheia de gravações diferentes das que todos estamos costumados a ouvir! Saem as Elizeths, as Dalvas, os Franciscos e os Silvios de sempre e entram os mais atuais Zé Renato, Rosa Passos e Jane Duboc. Sempre com espaço para um Cauby mais surpreendente, uma Angela Maria mais dramática ou um Nelson Gonçalves mais emotivo! E reparem também nas gravações raras de "Risque", com Elba Ramalho, e "Pra machucar meu coração", em dueto de Ney Matogrosso e Paulinho da Viola. Sensacionais! E livrem-se do preconceito para ver como Ary consegue dignificar nomes até como os de Alexandre Pires, Elymar Santos e Fábio Jr. Viva Ary Barroso!

1. AQUARELA DO BRASIL - Alexandre Pires
2. NO TABULEIRO DA BAIANA - João Gilberto, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil
3. MORENA BOCA DE OURO - Cauby Peixoto
4. RISQUE - Elba Ramalho
5. É LUXO SÓ - Elza Soares
6. POR CAUSA DESSA CABOCLA - Eliete Negreiros
7. NA BAIXA DO SAPATEIRO - Daniela Mercury
8. FOI ELA - Rosa Passos
9. TERRA SECA - Angela Maria
10. FOLHA MORTA - Elymar Santos
11. NA BATUCADA DA VIDA - Ná Ozzetti
12. MARIA - Jane Duboc
13. CAMISA AMARELA - Vânia Abreu
14. NO RANCHO FUNDO - Fábio Jr.
15. INQUIETAÇÃO - Zezé Gonzaga
16. FACEIRA - Zé Renato
17. PRA MACHUCAR MEU CORAÇÃO - Paulinho da Viola e Ney Matogrosso
18. TRÊS LÁGRIMAS - Nelson Gonçalves
19. TU - Dorival Caymmi
20. DEIXA O MUNDO FALAR - Olívia Byington

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Discos comprados 09


SÓ DANÇO SAMBA - Emílio Santiago - Depois de despontar no cenário musical na década de 70 com discos absolutamente estupendos (destaque para Feito para ouvir, de 1977) e tendo um timbre de voz invejável e uma técnica apurada e perfeita, Emílio tinha tudo para ser o maior cantor brasileiro. E talvez até seja mesmo, só que nem todo o mundo concordando com isso por conta do seu repertório, este sim nem sempre à altura da sua voz, nem sempre atendendo a algum critério de qualidade. Talvez por pressão do mercado, o cantor em 1988 gravou um disco chamado Aquarela Brasileira, misturando sambas de enredo com pop rock, Paulo Vanzolini com Caetano Veloso, Rita Ribeiro com Ary Barroso. O resultado agradou e, sem qualquer pudor, vieram os volumes dois, três, quatro, cinco, seis e sete! Tudo isto somado a coisas como "Saigon", "Verdade chinesa" e "Logo agora" deram a Emílio uma aura cafona da qual ele luta firmemente para se livrar. E há de conseguir. Porque seu mais recente disco, este aqui, é nada menos do que sensacional. A mistura de sempre - que deve satisfazer ao próprio artista e, só por isso, já merece respeito - permanece forte, donde haja neste disco obras de Mart'nália, Dona Ivone Lara e Tom Jobim, por exemplo. Só que a unidade ao trabalho vem dos arranjos, calcados na sonoridade dos órgãos típicos dos anos 70. Não, não e não... não se está falando aqui dos sintetizadores dos anos 80, que emulavam orquestras e baterias inteiras... tampouco refere-se aqui ao órgão azucrinante da Jovem Guarda, de onipresença irritante. O órgão que ajuda a embalar a voz de Emílio é discreto, sensual e, estando aliado a um bom piano, a um sonoro violão, a um baixo preciso e a eventuais solos de sopro, só fazendo bem ao disco. E como Emílio Santiago está cantando bem, minha gente! Difícil escolher uma faixa que se destaque, porque todas são muito bem trabalhadas e o canto do crooner soa tão natural quanto perfeito. É verdade que muita gente gosta da fase aquarelada de Emílio - avós servem também para isso -, mas comprem este disco e conheçam um outro lado, muito mais chique, muito mais sofisticado, muito mais digno do dom musical que ele tem.

BANGÜÊ - Ilana Volvov - E tem espaço para mais uma cantora no Brasil? Há compositor para tanta mulher que canta? Há mercado fonográfico que sustente tantas meninas novas? Sim, sim e sim. Se houve espaço para Aydares, Carams e Cañas, há de háver para vozes menos pasteurizadas, para discos menos frios, para a música mais sincera. Afeto e sinceridade são marcantes neste disco de Ilana, que surpreende por uma sonoridade tradicional, o que hoje, invelizmente, já não se espera de uma cantora jovem. Não se ouvem no disco batidinhas eletrônicas, vozes distorcidas ou sons tirados de objetos estranhos. O que se tem, de fato, é muito violão, muita flauta e muita clarineta. E a ousadia?, perguntarão os que acham que todo jovem tem que ser ousado. A ousadia está em se gravar Capiba em pleno início do século XXI, tempo farto que tem assistido ao surgimento de ótimos compositores de MPB. Não que Ilana os ignore - certamente não -, mas prefere gravar Noel, Capiba, Paulinho da Viola e Hekel Tavares. Ponto para ela, que conseguiu fazer um disco coeso, sem deixar de se mostrar versátil; tradicional, sem parecer antigo ou antiquado; suave, sem resvalar na fragilidade; intenso, sem que seja agressivo. Mérito da cantora, que conseguiu construir um trabalho baseado na sinceridade musical. Embora o timbre da cantora não me seduza completamente, porque um tanto suave demais (meio a la Salmaso), não se pode negar sua beleza. Comprem, que vale a pena!

AMIGO DE FÉ - Cláudio Jorge - O que acontece quando um músico de qualidade resolve gravar um disco como cantor? O de sempre: um disco belamente arranjado, com composições (quase todas suas) de ótimo nível, mas com um cantor que não chega lá, diga-se assim. A bem da verdade este disco nem é tão novo assim. Já tinha sido lançado há algum tempo, vivia esgotado e, agora, a Biscoito Fino resolveu devolvê-lo ao mercado em nova edição. Ótima ideia, porque se trata de um ótimo disco e, embora o violonista Cláudio Jorge não tenha na voz a mesma habilidade que tem ao violão, ele se sai bem cantando samba. Como se pode notar ao se ouvir faixas como "Estrelinha e conchinha" e "Lundu de cantigas vagas". Mas a sensação que se tem ao fim do disco é que as composições de Cláudio clamam por intérpretes de verdade, para que sejam devidamente trabalhadas e embelezadas. Foi o que já aconteceu com "Melhor assim" (estourando atualmente na brilhante interpretação de Teresa Cristina) e "Coisas simples" (gravada há pouco tempo com maestria por Ana Costa). Que outras cantoras gravem Cláudio Jorge! E que se dê valor a este compositor, tão afeito à tradição do samba, tão prolífico.

E O QUE MAIS AFLORE - Gonzaga Leal - Vai parecer redundância, porque já falei dele aqui, mas o que mais se destaca no trabalho de Gonzaga Leal é o capricho que ele imprime em seus trabalhos. E, neste disco, o capricho vai ao extremo: das fotos para o encarte, aos arranjos do disco. dos textos que complementam o conceito do disco, às participações especiais. E vale comentar também o fato de o disco trazer dez faixas de domínio público. O que isso quer dizer? Quer dizer que Gonzaga bebe na fonte da cultura popular na hora de criar sua tão sofisticada arte, mostrando que o que vem do povo e o que a ele se devolve não precisa ser rasteiro ou simplório. Pelo contrário: o luxo dourado que este artista apresenta em forma de CD vem justamente do popular. E o mérito de Gonzaga está em embaralhar essas canções entranhadas nas pedras das ruas das cidades antigas com pérolas de craques de todos os tempos, como Ataulfo Alves, Roque Ferreira e Roberto Mendes, por exemplo. Daí ele se cerca de músicos incensuráveis, chama para participar do disco gente como Marcos Sacramento e Dominguinhos e, pronto, faz um disco perfeito.

1. SÓ DANÇO SAMBA - Emílio Santiago
2. O NAMORICO DA RITA - Ilana Volcov
3. ESTRELINHA E CONCHINHA - Cláudio Jorge
4. DE MADRUGADA - Gonzaga Leal
5. TENDÊNCIA - Emílio Santiago
6. ENCONTRO - Ilana Volcov
7. COISAS SIMPLES - Cláudio Jorge
8. SAUDADE DO MEU BARRACÃO - Gonzaga Leal
9. SAMBA DE VERÃO - Emílio Santiago
10. PROCISSÃO DA PADROEIRA - Ilana Volcov
11. LUNDU DE CANTIGAS VAGAS - Cláudio Jorge
12. ÚLTIMA ESTROFE - Gonzaga Leal
13. SAMBOU, SAMBOU - Emílio Santiago
14. QUANDO O SAMBA ACABOU - Ilana Volcov
15. MELHOR ASSIM - Cláudio Jorge
16. HOJE SEI QUE VOLTO - Gonzaga Leal
17. CHEGA - Emílio Santiago
18. CONTRADANÇA - Ilana Volcov
19. LEMBRANDO CAXINÊ (ROSA MARIA / TUDO É ILUSÃO) - Cláudio Jorge
20. SAUDAÇÃO A OXOSSI / OXOSSI - Gonzaga Leal

terça-feira, 20 de julho de 2010

Raízes [e frutos] da MPB 08 - Dolores Duran

A feitura do volume da série Raízes [e frutos] da MPB dedicado a Dolores Duran foi marcado por indecisões e dificuldades. Indecições porque a compositora foi gravada tantas vezes, por vozes tão lindas, em arranjos tão espetaculares que ficava difícil optar entre, por exemplo, Roberto Carlos e Tim Maia, Alcione ou Nana Caymmi etc. Escolhi segundo minha sensibilidade e, como sempre, procurei não repetir intérprete, busquei faixas menos óbvias etc.

E dificuldades porque a versão da Folha é uma das melhores de toda a série e dava até pena de substituir as tão lindas faixas por estas (não menos lindas, é claro). Mérito puro do produtor Rodrigo Faour que, conhecedor profundo da obra de Dolores, soube enfileirar pérolas raras, clássicos e surpresas. E vejam como a obra de Dolores é abrangente e atemporal: numa mesma coletânea tanto cabem as vozes tradicionais de Nora Ney e Nana Caymmi quanto as presenças hovens de Moska e Fernanda Takai.
Espero que gostem, que baixem, que deixem comentários etc!

1. A NOITE DO MEU BEM - Zezé Motta
2. FIM DE CASO / CASTIGO - Maria Creuza
3. ESTRADA DO SOL - Fernanda Takai
4. LEVA-ME CONTIGO - Pery Ribeiro
5. ARREPENDIMENTO - Agnaldo Rayol
6. POR CAUSA DE VOCÊ - Roberto Carlos
7. TERNURA ANTIGA - Paula Morelenbaum
8. IDEIAS ERRADAS - Carlos Navas
9. A FIA DE CHICO BRITO - Elis Regina
10. CANÇÃO DA VOLTA - Nora Ney
11. COISAS DE MULHER - Dolores Duran
12. NA ASA DO VENTO - Fagner
13. SOLIDÃO - Moska
14. PELA RUA - Alaíde Costa
15. NÃO ME CULPES - Ná Ozzetti
16. O NEGÓCIO É AMAR - Anna Lemgruber
17. OLHE O TEMPO PASSANDO - Nana Caymmi
18. SE QUISERES CHORAR - Carlos Lyra
19. TOME CONTINHA DE VOCÊ - Izzy Gordon
20. SE É POR FALTA DE ADEUS - Áurea Martins

Raízes [e frutos] da MPB 07 - Adoniran Barbosa

Tenho um carinho especial por Adoniran Barbosa - foi com ele que aprendi a gostar de música. Eu não tinha oito anos ainda e, até hoje não sei como, comecei a gostar de Adoniran. Claro que o que primeiro me encantou foram os clássicos ("Saudosa maloca", nesta coletânea cantada de forma genial por João Bosco, "Trem das onze", em uma interpretação inusitada de Maria Gadu, e "Samba do Arnesto", em gravação clássica de Rita Lee)... e admito que, criança, sentia uma certa tristeza ao ouvir canções como "Acende o candeeiro" e "Já fui uma brasa" - o arranjo vocal e a melodia, por alguma razão, me punham melancólico.

Mas o tempo foi passando, fui adquirindo discos, CDs, lendo livros e hoje, posso dizer, conheço muita coisa deste compositor genial. Para esta coletânea usei muitas faixas dos memoráveis discos Adoniran Barbosa - O poeta do Bexiga e Adoniran - 100 anos, como o "Samba italiano", defentido pela ex-Trem da Alegria Patrícia Marx e "Aguenta a mão, João", sintomaticamente apresentada pelo grupo Fundo de Quintal, do primeiro; e "As mariposas", com a sempre debochada Mart'nália, do segundo. Também procurei gravações mais ousadas, justamente os casos das faixas interpretadas por Cida Moreira e Edson Cordeiro.

Como dizem alguns, Adoniran é o cronista de uma São Paulo que não existe mais. Que não existe mais na realidade, na concretude do cotidiano. Mas que continua existindo nas suas canções.

1. TIRO AO ÁLVARO - Diogo Nogueira
2. SAUDOSA MALOCA - João Bosco
3. PROVA DE CARINHO - Cida Moreira
4. IRACEMA - Beth Carvalho
5. TREM DAS ONZE - Maria Gadu
6. DESPEJO NA FAVELA - Edson Cordeiro
7. BOM DIA, TRISTEZA - Maria Bethânia
8. AGUENTA A MÃO, JOÃO - Fundo de Quintal
9. SAMBA DO ARNESTO - Rita Lee
10. AS MARIPOSAS - Mart'nália
11. TORRESMO À MILANESA - Marcelinho Moreira
12. VILA ESPERANÇA - Demônios da Garoa
13. SAMBA ITALIANO - Patrícia Marx
14. MULHER, PATRÃO E CACHAÇA - Quinteto em Branco e Preto
15. FICA MAIS UM POUCO AMOR - Demônios da Garoa
16. APAGA O FOGO, MANÉ - Martinho da Vila
17. ABRIGO DE VAGABUNDO - Clara Nunes
18. NÓIS VIEMO AQUI PRA QUÊ? - Adoniran Barbosa
19. UM SAMBA NO BEXIGA - Adoniran Barbosa
20. VÉSPERA DE NATAL - Marcos Sacramento

domingo, 18 de julho de 2010

Raízes [e frutos] da MPB 06 - Lupicínio Rodrigues

Depois de dois dias sem postar (por conta de trabalhos a serem entregues, noites mal dormidas, prazos etc.), cá estou eu devolta, com o sexto volume da coleção que homenageia os maiores compositores da velha guarda da MPB. E, preparem-se, porque Lupicínio permitiu-me montar uma coletânea muito bonita (graças à quantidade imensa de gravações que suas obras receberam e seguem recebendo)... bem variada, bem surpreendente, com gente da antiga e da moderna, mas tudo com aquele acabamento quase desgraçado da maioria das suas composições.

Reparem bem na faixa "Exemplo", interpretada com maestria pelo grande Jards Macalé, que muitos não gostam de ouvir. Dispam-se dos preconceitos, ouçam com calma (reparem no arranjo) e vejam se, por trás da aura amalucada, não se esconde um ótimo cantor. Notem também o tom abolerado que Tânia Alves dá à já surrada "Vingança" - fica um clima de deboche no ar, mais leve, mais divertido. A faixa menos conhecida - mas que não chega a ser rara, diga-se a verdade - talvez seja "Esses moços", com Leny Andrade. E, me Deus, como ela canta bem! Desbancou nomes de peso, como Gilberto Gil. Destaque também para "Nunca", na voz da sublime Alaíde Costa, acompanhada pelo insubstituível piano de João Carlos Assis Brasil.

Como não queria deixar "Loucura" de fora e também como achava que a interpretação de Bethânia para "Ela disse-me assim" assim uma coisa divina, ousei juntar as duas gravações em um medley - desculpem-me os puristas; deleitem-se os bethanetes! E que se feche o disco com uma gravação inusitada de Rita Lee (com voz dobrada e tudo) para "Felicidade". Até a próxima!

1. NERVOS DE AÇO - Simone
2. SE ACASO VOCÊ CHEGASSE - Eduardo Canto
3. NUNCA - Alaíde Costa
4. VOLTA - Noite Ilustrada
5. FUGA - Altemar Dutra
6. ESSES MOÇOS - Leny Andrade
7. HÁ UM DEUS - Joanna
8. QUEM HÁ DE DIZER - Jussara Silveira
9. CASTIGO - Lupicínio Rodrigues
10. BRASA - Orlando Silva
11. MARIA ROSA - Elis Regina
12. JUDIARIA - Lupicínio Rodrigues
13. CADEIRA VAZIA - Andrea Pinheiro
14. VINGANÇA - Tânia Alves
15. FOI ASSIM - Elymar Santos
16. EXEMPLO - Jards Macalé
17. AVES DANINHAS - Dalva de Oliveira
18. ELA DISSE-ME ASSIM / LOUCURA - Maria Bethânia
19. UM FAVOR - Áurea Martins
20. FELICIDADE- Rita Lee

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Raízes [e frutos] da MPB 05 - Ataulfo Alves

Mais um volume da coleção Raízes [e frutos] da MPB! E mais um compositor genial da nossa MPB, talvez não tão reconhecido como merecesse, ou, pelo menos, não tão gravado quanto outros. Ataulfo é daqueles compositores que deixaram petardos musicais absolutamente inesquecíveis, enraízados até não poder mais no nosso imaginário. A Amélia, a mulata assanhada, o meu mensageiro e a cadência do samba já bastariam para dar a Ataulfo lugar no olimpo da MPB, mas, como se não bastasse tudo isso, ainda temos dezenas de outras lindas pérolas.

Como sempre, segui com rigor a lista de 14 músicas propostas pela versão da Folha, procurando versões menos banais, mais inusitadas. Para, depois, incluir mais seis faixas, também representativas da obra do compositor. Espero, novamente, que vocês gostem! E que continuem baixando e que indiquem o blog aos amigos!

1. AI, QUE SAUDADE DA AMÉLIA - Ataulfo Alves Jr.
2. MULATA ASSANHADA - Eduardo Dusek
3. VOCÊ PASSA, EU ACHO GRAÇA - Teresa Cristina
4. NA CADÊNCIA DO SAMBA - Cássia Eller
5. ATIRE A PRIMEIRA PEDRA - Demônios da Garola
6. LEVA MEU SAMBA - Sandra de Sá
7. DIA FINAL - Martinho da Vila
8. OH, SEU OSCAR - Os Cinco Crioulos
9. VAI, MAS VAI MESMO - Fabiana Cozza
10. EU UM QUÊ QUE A GENTE TEM - Carmen Miranda
11. E NÃO SOU DAQUI - Zélia Duncan
12. BONDE DE SÃO JANUÁRIO - Gilberto Gil
13. MAIS UM SAMBA POPULAR - Ataulfo Alves
14. ERREI, SIM - Paula Toller
15. SAUDADE DO MEU BARRACÃO - Ney Matogrosso
16. FÊNIX - Noite Ilustrada
17. INFIDELIDADE - Marcos Sacramento
18. MEUS TEMPOS DE CRIANÇA - Clara Nunes
19. FIM DE COMÉDIA - Angela Maria
20. LARANJA MADURA - Casuarina

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Raízes [e frutos] da MPB 04 - Pixinguinha

Se existe mesmo a decantada Santíssima Trindade do Samba, ao lado de Donga e João da Baiana, Pixinguinha é, por certo, o Espírito Santo. Porque sua música permeia tudo o que se faz no Brasil até hoje em termos de ritmo, harmonia, melodia, arranjo etc. Impressionante notar a influência deste compositor na nossa MPB! Ouçam esta coletânea e entendam o que eu quero dizer: tem as cartas iniciais de várias vertentes do samba (pagode, de breque, canção etc.), tem os primeiros passos dos arranjos mais contemporâneos, tem as diretrizes primeiras da nossa música mais inventiva... Gênio, para se referir a ele, é pouco!

Para este quarto volume da coleção, segui o princípio de sempre, procurando versões novas ou raras para as composições de Pixinguinha. Daí que consegui juntar, em um mesmo disco, nomes bastante variados, como Quarteto em Cy, Marisa Gata Mansa e Elba Ramalho (esta novamente com uma gravação rara, inédita em CD), sem deixar de lado os previsíveis e onipresentes - em se tratando de choro - Época de Ouro, Dilermando Reis e Altamiro Carrilho. Beixem, ouçam, divirtam-se!

1. VOU VIVENDO - Cristina Buarque e Sérgio Ricardo
2. UM A ZERO - Zé Renato
3. OS OITO BATUTAS - Zé da Velha e Silvério Pontes
4. SOFRES PORQUE QUERES - Época de Ouro
5. LAMENTO - MPB-4 e Chico Buarque
6. YAÔ - Dudu Nobre
7. SAMBA DO URUBU - Quarteto em Cy
8. PATRÃO, PRENDA SE GADO - Fundo de Quintal
9. NAQUELE TEMPO - Altamiro Carrilho
10. A VIDA É UM BURACO - Carlos Malta
11. ROSA - Elba Ramalho
12. COCHICHANDO - Emílio Santiago
13. CARINHOSO - Marisa Monte e Paulinho da Viola
14. URUBATAN - Dilermando Reis
15. INGÊNUO - Marisa Gata Mansa
16. BENGUELÊ - João Bosco
17. GAVIÃO CALÇUDO - Sombrinha
18. FALA BAIXINHO - Elizeth Cardoso
19. PÁGINA DE DOR - Ney Matogrosso
20. MUNDO MELHOR - Vinicius de Moraes, Clara Nunes e Toquinho

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Raízes [e frutos] da MPB 03 - Cartola


Se montar a coletânea de Lamartine Babo deu trabalho pela escassez de gravações atuais das suas obras, com Cartola a dificuldade foi pelo excesso. Cartola não deixou de ser gravado nunca! E haja arranjo diferente, para que não caiam na mesmice "As rosas não falam", "O mundo é um moinho" ou "Acontece". Para cada composição, uma média de dez gravações! Feitas por cantores que vão de Nelson Gonçalves a Vanessa da Mata, de Beth Carvalho a Graça Cunha!

Então fiz o seguinte: segui à risca o tracklist proposto pela versão da Folha, acrescentando mais seis faixas que considero indispensáveis. Mas evitei repetir gravações já incluídas na coletânea Alvorada - 100 anos de Carola (um dos maiores sucessos de download do MPBruno). E também procurei não ser óbvio, tentando incluir gravações menos comuns. Destaque para a gravação de "O mundo é um moinho", na voz de Elba Ramanho, nunca lançada em CD.

Espero que gostem, que baixem e que voltem sempre!!!

1. DISFARÇA E CHORA - Leila Pinheiro
2. SIM - Marcos Sacramento
3. ACONTECE - Marcelinho Moreira
4. ALVORADA - Márcia
5. AMOR PROIBIDO - Tao do Trio e Zé Luiz Mazziotti
6. O MUNDO É UM MOINHO - Elba Ramalho
7. SILÊNCIO DE UM CIPRESTE - Cida Moreira
8. PEITO VAZIO - Roberta Sá e Ney Matogrosso
9. AS ROSAS NÃO FALAM - Vanessa da Mata
10. CORDAS DE AÇO - Dorina
11. A CANÇÃO QUE CHEGOU - Mariana de Moraes e Zé Renato
12. AUTONOMIA - Claudette Soares
13. QUEM ME VÊ SORRINDO - Esther
14. NÃO QUERO MAIS AMAR A NINGUÉM - Olívia Byington
15. MINHA - Lupa Mabuze
16. CORRA E OLHE O CÉU - Ney Matogrosso
17. TIVE SIM - Graça Cunha
18. CAMARIM - Alcione
19. FESTA DA VINDA - Leny Andrade
20. ENSABOA - Enok Virgulino

domingo, 11 de julho de 2010

Raízes [e frutos] da MPB 02 - Lamartine Babo


Lamartine Babo deu trabalho! Não consigo entender como um compositor deste gabarito, com tantas músicas belíssimas compostas - e a maioria delas absolutmente conhecida por todo o mundo -, pode ser proporcionalmente tão pouco gravado. Digo isso pela dificuldade que encontrei para achar gravações recentes dos clássicos de Lalá. E talvez o pecado deste compositor, neste sentido, tenha sido justamente ser popular demais. Ao ponto de suas músicas serem consideradas quase de domínio comum, quase sem autoria... nem chegando tanto ao disco.
Embora Caymmi tenha dito mais de uma vez que buscava sempre compor uma música fácil, simples e direta, como uma "Ciranda cirandinha", que toda a gente cantasse, Lamartine foi quem acabou chegando mais perto disso. E o fez por meio dos festejos juninos e do carnaval. Suas marchinhas se popularizaram de tal maneira que estão gravadas para sempre nos asfaltos, nos paralelepípedos e no barro das ruas e das ladeiras por onde já tenha passado um bloco carnavalesco. Ou existe alguém que não saiba cantar "Quem foi que inventou o Brasil? Foi seu Cabral, foi seu Cabral! No dia 21 de abril, dois meses depois do carnaval!". Assim como, sempre que se queimar uma fogueira e se soltar um balão, vai-se ter um pouco de Lamartine do no ar. Ou alguém aí não sabe cantar "Com a filha de João, Antônio ia se casar, mas Pedro fugiu com a noiva, na hora de ir pro altar"?

Seguindo com esta nova série, Raízes [e frutos] da MPB, apresento as mesmas 14 composições apresentadas pela versão da Folha, só que em gravações diferentes. E ainda proponho outras seis faixas, também representativas do compositor. E é aí que nos encontramos com a grande Célia, cantando majestosamente "Serra da boa esperança"; ou com um antenado Carlos Navas, acompanhado da acutíssima Tetê Espíndola, regravando o clássico "Joujoux e balangandans"; ou ainda com a sempre contida Alaíde Costa, pondo brilho na tristonha "Rasguei a minha fantasia".

E, como foi Lalá o compositor dos hinos dos principais clubes cariocas, trago ainda cinco faixas bônus, com esses hinos maravilhosos, interpretados por gente de peso, como Tim Maia, João Nogueira, Zeca Pagodinho e Paulinho da Viola. Espero que gostem, que baixem bastante e que sejamos todos felizes!

1. A. E. I. O. U. - Lamartine Babo
2. O TEU CABELO NÃO NEGA - Frenéticas
3. MOLEQUE INDIGESTO - Carmen Miranda e Lamartine Babo
4. A HISTÓRIA DO BRASIL - Sidney Miller
5. NA VIRADA DA MONTANHA - Roberto Silva
6. EU SONHEI QUE TU ESTAVAS TÃO LINDA - Pedro Mariano
7. LINDA MORENA - Márcia Salomon
8. BABO... ZEIRA - Arrelia e Altamiro Carrilho
9. BOA BOLA - Lamartine Babo
10. SÓ DANDO COM UMA PEDRA NELA - Lamartine Babo
11. GTRAU DEZ - Beth Carvalho
12. NO RANCHO FUNDO - Fábio Jr.
13. OS ROUXINÓIS - Rancho Flor do Sereno
14. SERRA DA BOA ESPERANÇA - Célia
15. JOUJOUX E BALANGANDÃS - Carlos Navas e Tetê Espíndola
16. NOITES DE JUNHO - Elba Ramalho
17. INFELIZMENTE - Nara Leão
18. RASGUEI A MINHA FANTASIA - Alaíde Costa
19. HINO DO CARNAVAL BRASILEIRO - Caetano Veloso e Jorge Mautner
20. CANTORES DO RÁDIO - Trovadores Urbanos
Faixas bônus:
21. HINO DO FLAMENGO - João Nogueira
22. HINO DO AMÉRICA - Tim Maia
23. HINO DO FLUMINENSE - Evandro Mesquita, Fausto Fawcett e Tony Platão
24. HINO DO VASCO DA GAMA - Paulinho da Viola e Los Hermanos
25. HINO DO BOTAFOGO - Zeca Pagodinho

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Raízes [e frutos] da MPB 01 - Noel Rosa


De tempos em tempos, o jornal Folha de S. Paulo lança às bancas uma coleção diferente: já tivemos música erudita, museus, receitas, atlas e dicionários. Eis que chegou a vez da MPB ser contemplada... e o que se vê? Mais do mesmo. A ideia é ótima: selecionaram 25 dos mais importantes compositores da nossa música e montaram para cada um deles uma coletânea com gravações antigas desses autores. Só que o que vale, em cada número da coleção, é o livreto e, não, o CD. Porque são os livretos - escritos por feras como Zuza Homem de Mello, Tarik de Souza, Rodrigo Faour etc. - que realmente conseguem agregar diferencial ao produto, trazendo a biografia do artista, as letras das músicas contidas no CD, além de ótimas fotos.
Quanto ao conteúdo dos discos, o que se tem, de fato, é quase tudo já bem batido. Devo fazer aqui a ressalva para algumas raridades que a coleção resgata, como gravações inéditas em CD, por exemplo - mérito de pesquisadores dedicados e generosos, como é o caso do brilhante Faour. Mas são momentos realmente raros, predominando aqueles fonogramas surrados, que todo o mundo que gosta de MPB já conhece. Mas, em resumo, preciso dizer: vale comprar a coleção, porque os textos são ótimos, os livretos são realmente bonitos e as raras pérolas acabam compensando.
Só que, para compensar mais ainda, achei por bem lançar aqui no MPBruno uma coleção paralela e inspirada nesta da Folha. Enquanto a deles se chama "Coleção Folha Raízes da MPB", a minha vai se chamar "Raízes [e frutos] da MPB" e a regra vai ser: sigo rigorosamente a lista das quatorze músicas deles, apenas substituindo os intérpretes mais antigos (Orlando, Silvio, Aracy...) por alguns mais atuais (Ney, Gal, Diogo...). Depois, completo o rol com mais seis faixas, procurando cobrir algo de representativo da produção do compositor, tentando encaixar uma ou outra novidade e/ou raridade do mercado fonográfico. Quando não der, deixo a versão do CD da Folha mesmo. Mas vou tentar com que isso seja raro.
Então é isso: começo pelo grande Noel e fico na espera de que vocês gostem!
1. FEITIO DE ORAÇÃO - Zé Renato
2. SÉCULO DO PROGRESSO - Ana Costa e Martinho da Vila
3. PRA QUE MENTIR? - Cristiano Gualda
4. O X DO PROBLEMA - Amélia Rabello
5. CONVERSA DE BOTEQUIM - Diogo Nogueira
6. QUEM DÁ MAIS - Cristina Buarque
7. PALPITE INFELIZ - Roberto Silva
8. NUVEM QUE PASSOU - Francisco Alves
9. NÃO TEM SOLUÇÃO - João Nogueira
10. MULATO BAMBA - Marcos Sacramento
11. FEITIÇO DA VILA - Rosa passos
12. COM QUE ROUPA - Olívia Byngton
13. DAMA DO CABARÉ - Carmen Costa
14. O ORVALHO VEM CAINDO - Pedro Miranda
15. QUANDO O SAMBA ACABOU - Alaíde Costa
16. TRÊS APITOS - Mariana Bernardes
17. ÚLTIMO DESEJO - Wilson das Neves
18. JOÃO NINGUÉM - Monarco
19. RAPAZ FOLGADO - Martinho da Vila e Mart'nália
20. SILÊNCIO DE UM MINUTO - Roberta Sá

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O melhor dos tributos 1


Embora algumas fontes podres gostem de dizer o contrário, a MPB vai muito bem! Compositores surgem e fazem frente digna aos medalhões do passado; vozes aparecem por todos os lados, surpreendendo pela variedade de timbres e estilos; o samba e o choro nunca estiveram tão em alta entre os jovens; em nenhuma outra época foi tão fácil gravar um disco e divulgá-lo pela internet. O que vai mal, e vai mal mesmo, é o mercado fonográfico, as grandes gravadoras - e não a MPB.

Mas há que se louvar algumas atitudes - infelizmente cada vez mais isoladas - a favor do mercado fonográfico e também da MPB. Como, por exemplo, os tributos em forma de disco, produzidos por Thiago Marques Luiz de quando em quando. É com este pretexto, o de divulgar e salvar o primoroso trabalho deste produtor, que dou início a mais uma série aqui no MPBruno, com coletâneas que reúnem algumas faixas de discos feitos em homenagem a determinado artista.

E, por hoje, fica o recado: quando se pararem com um tributo produzido pelo Thiago, saibam que têm em mãos o mais cuidadoso trabalho. Um trabalho que invariavelmente envolve nomes consagrados da nossa MPB (Cauby, Célia e Alaíde, para que fiquemos em apenas três), misturados ao que de melhor há nas novas safras (Fabiana, Mateus e Verônica, só para manter o padrão tripartite), tudo isso cercado por arranjos absolutamente sedutores e por músicos de extrema competência. Sem falar nas capas e nos encartes, também sempre muito bem cuidados. Ou seja: baixem a coletânea, ouçam com carinho e comprem os discos! Vale muito a pena! Obrigado, Thiago!

CARMEN MIRANDA - 100 ANOS - DUETOS E OUTRAS CARMENS - Neste trabalho, Thiago separou tudo em dois discos, como o título sugere: em uma bolachinha metálica, gravações antiquíssimas e até raras, de Carmen cantando com outras pessoas, tais como Dorival Caymmi e Lamartine Babo, por exemplo; em outra, vários artistas da MPB atual cantando clássicos da Pequena Notável. Uma coletânea comum? Sim e não. Sim, porque muito do que este disco continha está por aí espalhado por catálogos facilmente acessíveis. Não, porque o disco trazia a gravação de "Camisa listrada" por Elza Soares. E, se Thiago tivesse produzido em toda a sua vida apenas esta faixa, já mereceria aplausos sem fim. Porque, para mim, é uma das gravações mais felizes de toda a MPB. Elza está cantando como nunca e o arranjo, bom, o arranjo eu deixo para vocês escutarem.

MAYSA - ESTA CHAMA QUE NÃO VAI PASSAR - Para fazer homenagem à nossa bad girl de olhos incendiários e voz de envolver mortais, Thiago ousou reunir um time de cantores tão díspar quanto surpreendente. Foi assim que tivemos, em um mesmo disco, Arnaldo Antunes cantando cantando uma faixa antes de Bibi Ferreira, por exemplo. E os arranjos são também primorosos, porque, neste trabalho, fica justamente a cargo deles a unidade de tudo. São os violões e os acompanhamentos econômicos que fazem com que Fernanda Porto e Alcione caibam lado a lado.

CARTOLA - 100 ANOS - O AUTOR E SEUS INTÉRPRETES - Mais um disco duplo de Thiago, mas agora recheado com várias inéditas, misturadas a faixas já antigas. Então era assim: ao lado de gravações clássicas, como a de Gal Costa cantando "Cordas de aço", uma série de raridades, como "Sim", na voz de Nelson Gonçalves. Mas o destaque ficava mesmo por conta das gravações produzidas especialmente para o disco, simplesmente deslumbrantes. Destaque para "Acontece", com Rita Ribeiro, "Basta de clamares inocência, com Fabiana Cozza, e "Eu sei", em dueto de Célia e Jair Rodrigues.

ATAULFO ALVES - 100 ANOS - A fórmula foi dando certo e Thiago, mandando brasa. E, para homenagear este compositor às vezes um pouco subestimado, preparou dois CDs bem divididos: em um deles, a velha guarda, os medalhões, os tarimbados; no outro, o que está por vir, a mocidade, o sangue novo. Ouçam-se os dois milhões de vezes e não se consiga chegar a um resultado que não seja empate. Pudera. Como desempatar um duelo, por exemplo, entre um "Errei sim", na voz de Fafá de Belém, e um "Pavio da verdade", com Verônica Ferriani? Impossível.

ADONIRAN - 100 ANOS - O poeta do Bixiga foi mais um que completou centenário e mereceu tributo em disco. E vieram para a festa nomes em quantidade e talento incomensuráveis: Eduardo Gudim, Carlinhos Vergueiro, Cida Moreira, Cristina Buarque, Leci Brandão, Wanderléa, Cauby Peixoto, Mart'nália, Zélia Duncan, Maria Alcina... e eu nem citei a metade. Thiago ainda se preocupou em tirar do baú empoeirado do tempo pérolas esquecidas de Adoniran. Daí que se possa, de quebra, conhecer composições lindas e desconhecidas deste compositor tão especial.´
A MÚSICA DE DOLORES DURAN - Mais uma vez o elenco selecionado é estelar e, para variar, temos aí mais um tesouro em forma de disco. Quem abre os trabalhos é Leila Pinheiro, que, escorada no piano de João Carlos Assis Brasil, ataca de "A noite do meu bem". Daí você enxuga as lágrimas, respira fundo e segue enfrentando Leny Andrade cantando "Se é por falta de adeus", Cida Moreira com "Canção da volta", Alaíde Costa entoando "Ternura antiga" e petardos do mesmo calibre. Irresistível.


1. CAMISA LISTRADA - Elza Soares
2. OUÇA - Alcione
3. EU SEI - Jair Rodrigues e Célia
4. MULATA ASSANHADA - Elba Ramalho
5. AGUENTA MÃO, JOÃO - Virgínia Rosa
6. A NOITE DO MEU BEM - Leila Pinheiro
7. MEU MUNDO CAIU - Ney Matogrosso
8. BASTA DE CLAMARES INOCÊNCIA - Fabiana Cozza
9. MEUS TEMPOS DE CRIANÇA - Ná Ozzetti
10. IRACEMA - Tetê Espíndola
11. CASTIGO - Fagner
12. QUANDO CHEGARES - Maria Bethânia
13. FÊNIX - Edith Veiga
14. POR CAUSA DE VOCÊ - Fafá de Belém
15. FRANQUEZA - Zélia Duncan
16. NÃO QUERO MAIS AMAR A NINGUÉM - Alaíde Costa e Zé Luiz Mazziotti
17. AI QUE SAUDADE DA AMÉLIA - Márcia Castro
18. BOM DIA, TRISTEZA - Cauby Peixoto
19. O QUE É QUE EU FAÇO - Zezé Motta
20. POR CAUSA DE VOCÊ - Zeca Baleiro
21. SALA DE RECEPÇÃO - Paulinho Boca de Cantor
22. LÍRIOS DO CAMPO Silvia Machete
23. NO MORRO DA CASA VERDE - Leci Brandão
24. SE É POR FALTA DE ADEUS - Leny Andrade

Discos comprados 08


Comprei mais discos! Que vício, que coisa boa! E venho aqui compartilhar com vocês, meus visitantes, um pouco do prazer que sinto ao ouvir coisas tão boas! Lembrando que o intuito deste tipo de postagem - a série "Dicos comprados" - é fazer com que as pessoas conheçam os trabalhos dos artistas e se sintam motivados a comprar os discos completos e originais!

O BEM AMADO - Trilha sonora - Vários artistas - Imagina a responsabilidade que recai sobre a pessoa incumbida de desenvolver a trilha sonora para uma história que, em uma adaptação mais antiga, recebeu roupagem musical de Vinicius de Moraes e Toquino! Mas Caetano é Caetano e a verdade é que ele se saiu muito bem. Cantando, compondo ou arregimentando colegas, o artista soube se banhar nas águas folclóricas que envolvem a história de Dias Gomes, sem deixar de lado seu apelo pop. Daí que, ao lado de vozes rascantes como as de Zé Ramalho e Jorge Mautner, apareçam figuras tais como Mallu Magalhães e Zélia Duncan. Que tal?

FLOR DE PÃO - Simone Guimarães - Gosto de discos caprichados e uma coisa ninguém pode negar: a Biscoito Fino sabe caprichar. Este disco - que nem é tão novo assim, mas que acabei comprando só agora - é um bom exemplo desse capricho todo, que percorre a capa e o encarte, permeia os arranjos, chegando até os convidados especiais. Simone canta ao lado de nomes de peso, como Milton Nascimento, Leila Pinheiro e Renato Braz. Tudo com uma sonoridade toda própria, bem no interstício entre a tradição musical brasileira e um universo um pouco mais moderno.

EU NÃO SOU NENHUMA SANTA - Silvia Machete - Eu vi Silvia pela primeira vez no Programa do Jô, rebolando bambolês, tirando um cigarro da calcinha, fazendo bolinha de sabão - tudo ao mesmo tempo. E é preciso ouvido aguçado para não se deixar levar por tão bizarra imagem e perceber a boa cantora que se tem por trás disso tudo. Ouçam as faixas aqui selecionadas e vejam se Silvia não tem talento, se não sabe ser criativa e, melhor de tudo, se não sabe nos encantar com sua voz!

CANTANDO CAPIBA - Gonzaga Leal - Mas, se é para falar de capricho, Gonzaga Leal é imbatível: capas bem cuidadas, encartes fartos, músicos competentíssimos, convidados especiais de peso etc. Seus discos são todos de um primor que quase nunca se encontra por aí. Não bastasse, o artista ainda tem um bom gosto extraordinário, o que faz com que seus arranjos e seus repertórios sejam extremamente bonitos. Neste caso específico, tendo Capiba como fio condutor, tudo fica melhor. Porque o compositor pernambucano é uma maravilha à parte!

1. ESTA TERRA - Caetano Veloso
2. FLOR DE PÃO - Simone Guimarães e Toninho Horta
3. SIMPLESMENTE MULHER - Silvia Machete
4. CEM ANOS DE CHORO (AMIGO É CASA) - Gonzaga Leal e Dalva Torres
5. A VIDA É RUIM - Zélia Duncan
6. BAIÃO DE CÂMARA - Simone Guimarães e Milton Nascimento
7. FOI ELA - Silvia Machete
8. VALSA VERDE - Gonzaga Leal e Olivia Hime
9. CARCARÁ - Zé Ramalho
10. JONGO DO COMPADRE - Simone Guimarães e Guinga
11. SWEET CHILD OF MINE - Silvia Machete
12. CAIS DO PORTO - Gonzaga Leal e Teca Calazans
13. NOSSA CANÇÃO - Mallu Magalhães
14. MINHA MANGUEIRA - Simone Guimarães e Leila Pinheiro
15. CURARE - Silvia Machete e Edu Krieger
16. DUAS JANELAS - Gonzaga Leal
17. A BANDEIRA DO MEU PARTIDO - Jorge Mautner
18. VIA-CRÚCIS - Simone Guimarães e Renato Braz
19. GIRLS JUST WANNA HAVE FUN - Silvia Machete e Nina Becker
20. CASINHA PEQUENINA - Gonzaga Leal